O Ministério da Agricultura alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. As suspensões das exportações acontecem para evitar o risco raro de contaminação de carcaças com aves vivas nos países de destino, explicou o governo.
Com menos aves sendo mandadas para fora do Brasil, é possível haver um aumento da oferta, o que, por sua vez, deve baixar os preços, explicaram economistas.
Mas, se isso acontecer, não deve durar muito tempo, já que a expectativa é de que os bloqueios acabem em um ou dois meses, segundo eles.
O frango e os ovos passaram por altas seguidas dos preços desde o início do ano. No atacado, o valor do ovo registrou uma elevação de mais de 40% em fevereiro.
O Brasil é o maior exportador do produto. A China, seu maior cliente, suspendeu as compras por 60 dias. A União Europeia e a Argentina também pausaram o consumo.
O primeiro caso de gripe aviária em granja no Brasil aconteceu no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O estado é o terceiro maior produtor e exportador de carne de frango brasileira.
Frango mais barato
No acumulado dos 12 meses até abril, o frango em pedaços ficou 12,21% mais caro, e a ave inteira, 9,16%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Mas, com o caso confirmado de gripe aviária em granja comercial, existe a chance de o preço cair. Para isso, será preciso que as limitações das exportações sejam mantidas, entretanto, sem que o vírus se espalhe pelos criadouros brasileiros, aponta André Braz, coordenador de Índices de Preços na Fundação Getúlio Vargas.
Neste caso, haveria uma elevação da oferta do produto no país.
O especialista acredita que o Brasil conseguirá impedir a doença de se espalhar, pois tem protocolos sanitários rigorosos no setor produtivo.
"O Brasil é referência global em bios seguridade, vai gerando um efeito de otimismo em como o problema vai se resolver", afirma.
Como fica o ovo?
Nos últimos meses, o ovo virou protagonista do noticiário devido ao seu encarecimento. Nos 12 meses até abril, sua alta foi de 16,74%, segundo o IPCA.
O aumento foi impulsionado, principalmente, pelo custo do milho, o calor intenso que diminuiu a produção, e a demanda aquecida na Quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa.
Apesar de na inflação mensal de abril o preço ter apresentado uma queda de 1,29%, ainda não foi o suficiente para compensar as elevações. E, para o ministro da Agricultura, o cenário deve continuar assim.
Uma das razões é que o Brasil exporta menos de 1% da sua produção de ovos. Deste modo, as paralisações nos embarques não afetam o mercado nacional.
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