Primeiro brasileiro a chegar aos Estados Unidos, o último a sair — e talvez com o título. O clube de menor orçamento entre os 16 classificados para as oitavas de final e vivo entre os quatro melhores da competição. A trajetória do Fluminense nesta Copa do Mundo de Clubes está sendo marcada por surpresas e silenciando quem o subestima. Nesta segunda-feira, é completo um mês de que o sonho foi iniciado.

O Fluminense desembarcou em Colúmbia, na Carolina do Sul, na manhã do dia 7 de junho. A cidade foi a sede do Tricolor durante a fase de grupos e as oitavas de final desta Copa do Mundo de Clubes. Foram semanas de atividades e treinamentos até a estreia contra o Borussia Dortmund, em Nova Iorque. O Tricolor também voltaria para enfrentar o Ulsan e fecharia a primeira fase em Miami, contra o Mamelodi Sundows.

Não demorou para o Fluminense aprontar a sua primeira surpresa nesta Copa do Mundo de Clubes. Apesar de o Borussia Dortmund ser considerado como o favorito do Grupo F por ter sido finalista da Liga dos Campeões há duas temporadas, o Tricolor foi melhor que o adversário mesmo tendo ficado no 0 a 0 no MetLife Stadium. A ponto de o técnico Niko Kovac afirmar que os alemães conseguiram "um ponto de sorte" no confronto.

Depois, vieram os duelos contra Ulsan e Mamelodi, onde o favoritismo voltou para o lado do Fluminense e a classificação às oitavas foi conquistada. Com cinco pontos, o Tricolor ficou na segunda colocação.

A partir das oitavas de final, no entanto, o Tricolor começaria a ser "subestimado" pelo aspecto financeiro. Segundo apurou o ge, o Fluminense tem uma folha de R$ 15 milhões com o elenco. Somando todos os gastos salariais do futebol, esse valor vai a cerca de R$ 20 milhões por mês. Anualmente, o custo apenas com o time profissional chegaria a 27,9 milhões de euros (R$ 180 milhões). Esse valor não está entre os cinco mais altos do Brasil.

Então, era natural considerar a Inter de Milão como favorita nas oitavas de final. Se o Borussia foi finalista da Champions há duas temporadas, os italianos chegaram na decisão na atual. Claro, foram goleados pelo PSG, mas eliminaram forças como o Barcelona e o Bayern de Munique durante a campanha. Nada adiantou: o Fluminense venceu por 2 a 0, em Charlotte, e avançou.

O atacante brasileiro Luis Henrique admitiu que a Inter de Milão foi surpreendida pelo Fluminense na derrota nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. Acionado no segundo tempo, o jogador afirmou que os europeus subestimaram a qualidade do Tricolor e não esperavam a intensidade imposta dentro de campo.

Nas quartas de final, o cenário não foi muito diferente: o Fluminense tratou de eliminar o Al-Hilal, que tinha um investimento 12 vezes maior do que o do Tricolor nas últimas duas temporadas. Em termos de comparação, o Tricolor investiu um total de R$ 244 milhões de reais no mesmo período somando todas as contratações feitas. O time saudita investiu cerca de R$ 3 bilhões em reforços.

Além do confronto com o Al-Hilal, o Fluminense também é quem menos gastou, com uma certa distância para todos os sete rivais que estão nas quartas. O Palmeiras, eliminado nas quartas de final, por exemplo, gastou mais que o dobro que a diretoria tricolor para montar o elenco. A Inter de Milão, rival eliminada nas oitavas de final, gastou quase quatro vezes mais para montar o elenco.

Veja quanto gastaram os quadrifinalistas em reforços nas últimas duas temporadas:

Chelsea: R$ 5,2 bilhões.
PSG: R$ 4,47 bilhões
Al-Hilal: R$ 3,08 bilhões
Bayern: R$ 2,16 bilhões
Real Madrid: R$ 1,6 bilhão
Borussia Dortmund: R$ 1,02 bilhão
Palmeiras: R$ 676,7 milhões
Fluminense: R$ 244 milhões

Vale lembrar que o Fluminense também é o único brasileiro vivo na competição — Flamengo, Botafogo e Palmeiras já estão eliminados.

Agora, o adversário será o Chelsea, que superou o Palmeiras no duelo de quartas de final por 2 a 1, no estádio Lincoln Financial Field, na Filadélfia. A partida será disputada na próxima terça-feira (08/07), às 16h (de Brasília, 15h no horário local), no MetLife Stadium, em Nova Jersey.

Novamente, os ingleses serão favoritos. Mas isso não está sendo um problema para o Fluminense.


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