"Queria anunciar que estou fora do Brasil, já faz alguns dias, vim a princípio buscar tratamento médico, que já fazia aqui, e agora vou pedir inclusive para que eu possa me afastar do cargo. Tem essa possibilidade na Constituição. Acho que as pessoas conhecem um pouco mais disso hoje em dia, é o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também", disse.
"Então, eu passo a não receber mais salário e meu gabinete vai ser ocupado pelo meu suplente. [Ele] Assume e fico fora do país neste período. Vou me basear na Europa", completou.
Eduardo está licenciado do mandato nos Estados Unidos. Quando ele deixou o Brasil, alegou temor de apreensão do seu passaporte. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou abertura de investigação contra ele pelos supostos crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de Direito.
A deputada disse na entrevista ainda que não "abandonou" o país. "Não estou desistindo da minha luta, pelo contrário, é resistir. Poder continuar falando o que eu quero falar", completou. Ele se comparou ainda à tatuagem de fênix que tem e afirmou que vai renascer das cinzas.
As redes sociais serão administradas pela mãe, Rita, segundo afirmou na entrevista.
No último dia 9 de maio, a parlamentar foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação de ter comandado invasão aos sistemas institucionais do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com o auxílio do hacker Walter Delgatti. O objetivo seria emitir alvarás de soltura falsos e provocar confusão no Judiciário.
No entendimento dos ministros do STF, a deputada, que foi a face do bolsonarismo no Congresso até cair no ostracismo logo depois das eleições de 2022, orientou o hacker Walter Delgatti a invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para forjar documentos falsos, entre os quais um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes, e causar tumulto político no país.
A deputada, que nega as acusações, disse em entrevista à Folha no mês passado ter medo do que poderia acontecer com ela na prisão.
"Eu tenho um pouco de receio das outras mulheres na cadeia, né? Porque eu nunca sei o que vou encontrar, mas eu também luto, então não tenho medo de apanhar. O maior problema é ficar longe da família", diz a deputada, relatando temer por sua saúde.
Fm Stars, Música, Notícias e Saudade.