Depois de o Ministério da Agricultura e Pecuária ter confirmado na semana passada o primeiro foco da gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o governo do Espírito Santo anuncia estar tomando medidas para reforçar o combate à doença. Entre as ações, está a intensificação da fiscalização nas granjas.
O Espírito Santo é um dos maiores produtores de aves do país e, desde antes da confirmação do caso no Sul, no início de maio, o Estado já havia prorrogado por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária. Foi a quarta prorrogação do decreto estadual, publicado pela primeira vez em julho de 2023.
A medida visa a reforçar as ações de vigilância e prevenção à doença, com foco na proteção da avicultura comercial capixaba — atividade estratégica para a geração de emprego, renda e abastecimento de alimentos.
Em reunião do Comitê Gestor de Enfrentamento à Influenza Aviária (CGIA) realizada nesta terça-feira (20), ficaram definidas as demais estratégias para reforçar o controle das granjas capixabas.
O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, que preside o Comitê Gestor, destacou que o Estado mantém a articulação entre os setores público e privado, como vem fazendo desde a introdução do vírus, por meio de aves marinhas migratórias, em 2023.
“Alertamos que a biosseguridade é a essência para a proteção dos criatórios, sobretudo neste momento. É preciso reforçar os cuidados para impedir que o vírus chegue à avicultura comercial, que é um grande patrimônio de geração de emprego, renda e abastecimento de alimentos”, explicou Bergoli.
De acordo com o diretor-geral do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Leonardo Cunha Monteiro, o órgão intensificará as fiscalizações nas granjas.
“É importante destacarmos que essas medidas visam proteger o nosso plantel. Temos um sistema de defesa sanitária animal robusto, que em 2023 conseguiu conter o avanço da influenza aviária, mas é preciso que as exigências preconizadas de biosseguridade sejam cumpridas, pois a introdução da doença ainda é um risco iminente. Também reforçamos a importância de que as suspeitas de doenças nas criações de subsistência ou nos estabelecimentos sejam notificadas ao Idaf o quanto antes”, pontuou Monteiro.
Segundo o gerente de Defesa Sanitária e Inspeção Animal do Idaf, Raoni Cezana Cipriano, já está previsto um treinamento para os novos médicos-veterinários do órgão.
“Em 2023, 86 profissionais foram capacitados e, em breve, será feito um novo treinamento com esses profissionais e com os novos servidores concursados, para que estejam aptos a realizar coleta, atender às notificações e fazer as avaliações técnicas cabíveis. O Serviço Veterinário Oficial, executado pela equipe técnica do Idaf, tem estado atuante e alerta a fim de mitigar os riscos de introdução da doença nas granjas comerciais no Estado”, disse Cipriano.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) responsabilizou-se pela articulação com as empresas que desenvolvem o monitoramento das praias e ilhas do Estado, a fim de unificar um canal de comunicação oficial de casos suspeitos em aves marinhas, para que as ações de enfrentamento sejam mais rápidas e eficazes na hipótese de confirmação de animais contaminados com a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
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