Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não receberam nada bem os recados de que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria trabalhado para excluir o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, e seu decano, Gilmar Mendes, das sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos a Alexandre de Moraes, por meio da Lei Magnitsky.

Na avaliação da maioria dos magistrados, ao afirmar que fez esse trabalho para “dar mais tempo” para Gilmar e Barroso repensarem suas posições, Eduardo dobrou a aposta nas ameaças contra o STF.

Entre as condições colocadas como inegociáveis pelo deputado federal para que Barroso e Gilmar não apareçam em novas sanções dos EUA estão a anistia irrestrita a Jair Bolsonaro e seus aliados e a saída de Alexandre de Moraes do STF. Os dois pontos são completamente descartados pelos ministros da corte, em especial, o afastamento de um magistrado.

Em nota publicada na noite de quarta-feira (30), o STF reagiu às sanções impostas a Moraes pela gestão Donald Trump e destacou que “não se desviará de cumprir a Constituição”. Sobre o processo da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro, o tribunal afirmou que “foram encontrados indícios graves da prática dos referidos crimes, inclusive de um plano que previa o assassinato de autoridades públicas”.

Se a intenção de interlocutores de Jair e Eduardo Bolsonaro junto ao STF era baixar a fervura com o “gesto”, o tiro saiu pela culatra.

Membros do PL que buscam fazer a ponte com o tribunal admitem que o plano fracassou. A tentativa de isolar Moraes dos colegas e distensionar a relação com os demais magistrados naufragou e o que se viu foi uma união ainda maior dos ministros. Além disso, aumentou o receio de que Jair Bolsonaro possa amargar penas maiores nas ações que o envolvem.

FM STARS, MÚSICA, NOTÍCIA E SAUDADE