O Espírito Santo volta e meia é atingido por ondas de frio que derrubam drasticamente as temperaturas em muitas cidades, fazendo os termômetros se aproximarem de zero grau em algumas regiões. Em municípios das regiões Serrana e do Caparaó, como Domingos Martins, Alfredo Chaves e Venda Nova do Imigrante, é comum temperatura de 2 °C, com geada e nevoeiro durante o inverno.
Inevitavelmente, todo esse frio traz um questionamento: será que em algum dia na história já nevou no Espírito Santo? Para a infelicidade geral de quem sonha em tocar nos floquinhos de gelo e montar um boneco, a resposta é não. Pelo menos nos registros oficiais catalogados por institutos que monitoram as condições do tempo.
Neve é gelo, mas gelo não é neve
Durante o inverno, algumas cidades capixabas têm geadas que deixam a paisagem branquinha, como se fosse neve acumulada — mas não é. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) explica que a neve é resultado de alta umidade do ar, combinada com temperatura negativa e uma massa de ar polar. No caso do Brasil, só pode vir lá do Sul. E quando a massa chega ao Espírito Santo, o fenômeno já perdeu muita força, o que torna praticamente impossível nevar por aqui.
E no Pico da Bandeira?
Não, nem lá. O Pico da Bandeira, que é ponto mais elevado do Espírito Santo, também não tem registro de neve — embora fontes não-oficiais indiquem que o fenômeno possa já ter ocorrido. Mas como lidamos somente com registros comprovados, procuramos também o setor de meteorologia do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), e o órgão atesta: nem mesmo os 2.892 metros de altitude do Pico da Bandeira favorecem a formação da neve. Desde 1924, ou seja, há mais de um século, o Incaper nunca registrou um floquinho de neve caindo sobre o Espírito Santo.
14 graus negativos no ES
Em 2017, uma forte onda de frio fez muita gente pensar que havia nevado na região do Pico da Bandeira. O guia de turismo à época, Sairo Guedes, registrou muito gelo nas regiões mais altas e o termômetro marcou incríveis 14 graus negativos no dia 4 de julho daquele ano. O Instituto Climatempo confirmou o 'marco' bem como as imagens registradas pelo profissional.
Na época, em entrevista à reportagem de A Gazeta, o guia de turismo contou ter sido o maior registro de congelamento já visto por ele na região. "Já vi em 2005, mas foi a primeira vez que chegou nesse nível", contou.
FM STARS, MÚSICA, NOTÍCIA E SAUDADE