Relator da proposta de anistia na Câmara dos Deputados, Paulinho da Força afirmou que não há a possibilidade de levar adiante uma proposta de uma anistia que englobe todos os envolvidos em tentativa de golpe de estado e no 8/1.

"A única coisa que a cada dia, cada minuto fica mais claro é que a anistia ampla, geral e irrestrita não existe mais. Nós não estamos nem mais falando em projeto de anistia, falamos de um projeto que possa pacificar o Brasil", afirmou.

Paulinho é presidente nacional do Solidariedade e foi oficializado como escolhido para comandar o tema pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), na noite de quarta-feira (17). Após reunião nesta quinta, ele anunciou a busca por um texto "meio-termo".

O parlamentar será responsável por apresentar uma nova versão do projeto de anistia, que teve urgência aprovada na noite de quarta e poderá ser votado diretamente no plenário da Câmara.


A expectativa, segundo aliados de Paulinho, é que o parecer fique pronto e a votação ocorra em até duas semanas. Lideranças partidárias têm afirmado que o relator deve apresentar um texto que contemple redução das penas dos condenados, sem um perdão total aos crimes.

Debate com partidos

O deputado afirmou na entrevista que iniciará conversas com as bancadas dos outros partidos na Câmara dos Deputados no início da próxima semana. Segundo ele, a ideia é fazer um texto baseado na opinião da maioria do Congresso Nacional para "pacificar a situação do Brasil".

O relator da proposta afirmou que a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pressiona pelo perdão a Jair Bolsonaro dos Estados Unidos, interfere no clima da política nacional.

Os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% a produtos brasileiros e, entre os argumentos, incluíram o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Ele foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão na trama golpista.

Segundo Paulinho, novas retaliações dos EUA podem comprometer o debate da anistia. "Se tiver novas sanções no meio dessa discussão e votação, vai atrapalhar, e muito", disse.

"Eu quero trabalhar [...] para que a gente possa pacificar essa situação no Brasil, essa guerra que existe hoje entre esquerda e direita e que eu acho que isso faz mal ao Brasil", afirmou Paulinho.
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