A PF identificou que o ex-presidente Jair Bolsonaro transferiu, no último dia 4 de junho, R$ 2 milhões de reais para sua mulher, Michelle Bolsonaro, um dia antes de prestar depoimento no âmbito do inquérito aberto pelo STF para investigar Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, pela atuação do deputado nos EUA.

A informação consta no relatório final da investigação, no qual pai e filho foram indiciados.

Durante a apuração, a PF pediu a quebra do sigilo bancário do ex-presidente e do deputado, para identificar a movimentação financeira entre os investigados.

A análise dos dados apontou que Jair Bolsonaro fez transferências em valores fracionados a Eduardo ao longo deste ano, que totalizaram R$ 111 mil. Segundo a PF, "como forma de evitar o acionamento de mecanismos de controle legal".

No dia 13 de maio, realizou "transação atípica", de R$ 2 milhões diretamente para a conta do filho Zero Três, que já estava nos Estados Unidos.

Este foi o mesmo valor do repasse para Michelle.

Diz o relatório:

"Vale ressaltar que JAIR BOLSONARO omitiu informação à Polícia Federal em seu depoimento no INQ 4.995/DF de que teria repassado outros valores a EDUARDO BOLSONARO, além dos R$ 2.000.000,00 (dois milhões) revelados. Também não houve qualquer justificativa para transferência de recursos no mesmo valor para MICHELE BOLSONARO apenas um dia antes do interrogatório".

A conclusão dos investigadores foi que o ex-presidente "atuou deliberadamente, de forma livre e consciente, desde o início de 2025 e com maior ênfase, nos meses de maio, junho e julho de 2025 - quando se acentuaram as ações de EDUARDO BOLSONARO no exterior - com a finalidade de se desfazer dos recursos financeiros que tinha em sua posse imediata, bem como evitar possíveis medidas judiciais que limitassem e/ou impedissem de consumar o intento criminoso de apoiar financeiramente as ações do parlamentar licenciado no exterior".


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