“Esse suposto MC que foi preso transformou a música num instrumento de dominação, de divulgação e de disseminação da ideologia e da narco cultura do Comando Vermelho”, declarou o secretário estadual de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
“As letras enaltecem o uso de armas de grosso calibre e o uso de drogas, além de fomentar guerras e disputas territoriais com facções criminosas rivais”, detalhou o delegado.
Em diversas composições, Poze faz menções explícitas ao CV, com trechos que a polícia aponta como exaltação à facção e desprezo por grupos rivais.
Crime de apologia
A apologia ao crime é tipificada no Artigo 287 do Código Penal Brasileiro. Em linguagem simples, significa defender, elogiar ou incentivar um crime ou um criminoso em público, como se a prática fosse justificável ou admirável. A pena pode ser de 3 a 6 meses de prisão, ou multa.Segundo a Polícia Civil, o conteúdo das músicas de MC Poze extrapola o limite da liberdade de expressão artística e se enquadra claramente no tipo penal, ao promover ações criminosas e enaltecer uma organização que atua com violência, tráfico e armas de guerra.
“As músicas desse falso artista têm um alcance incalculável e muitas das vezes são muito mais lesivas do que um tiro de fuzil disparado por um traficante”, disse Curi.
Bailes e fortalecimento da facção
Os shows de MC Poze, segundo as investigações, ocorrem exclusivamente em comunidades sob domínio do Comando Vermelho. Nessas apresentações, traficantes armados com fuzis fazem a segurança do evento — o que, segundo a polícia, reforça o domínio territorial da facção.
Os bailes também seriam uma forma de movimentar o tráfico, aumentando o consumo de drogas e o faturamento do CV, que reinveste os lucros em mais armas e drogas.
As investigações seguem para identificar outros integrantes e financiadores dos eventos, que, segundo a polícia, contribuem diretamente para o fortalecimento do crime organizado nas comunidades.
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